Jovens & Adultos Lição 7 - Sardes, a Igreja Morta.
Tema da Lição:
Lição 7
Texto Áureo:
Palavra-Chave:
Colar
no Destinatário de um envelope, que pode ser confeccionado com folha de papel
A4.
Carta a Igreja de Sardes:
Para a Dinâmica você vai precisar de uma estrela pequena que pode imprimir em cartolina, ou confeccioná-la em EVA.
Essas estrelas deverão ser entregues a cada aluno, confeccionei umas azuis para os homens e umas amarelas para as mulheres. Confira:
Plano de Aula: Escola Bíblica Dominical.
CLASSE: LIÇÃO Nº
07
PROFESSOR(A):
DATA: LEITURA BÍBLICA: Apocalipse 3:1-6
TEMA: “Sardes, A Igreja Morta”
Texto Áureo: “Desperta,
ó tú que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá”.
Efésios 5:14
Objetivo:
·
Identificar os
problemas pertinentes a igreja de Sardes.
· Compreender que
não podemos viver de aparência.
· Reconhecer que
somente o Espírito Santo pode vivificar uma igreja espiritualmente morta.
1º Momento: Oração,
Leitura Bíblica do Texto, Louvor, Chamada e Oferta.
2º Momento: Apresente o cartaz ou slide com o tema da Lição 7: “Sardes, A Igreja Morta”. Peça a eles que leiam, após apresente:
·
As características
de Sardes nos aspectos econômico,
político, cultural e religioso. Mostrando no mapa, a sua localização.
Quanto à fundação da igreja, falem que
a cidade de Sardes provavelmente foi fundada pelo Apóstolo Paulo.
3º Momento: Apresente
o cartaz ou slide com o Texto Áureo:
“Desperta, ó tú que
dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá”. Efésios 5:14
· Diga a eles que somente o Espírito Santo pode
reavivar a Igreja e levá-la a posicionar-se como a agência por excelência do
Reino de Deus.
4º Momento: Abra um envelope contendo a carta destinada a Igreja de Sardes e realizem
a leitura que se encontra em Apocalipse 3:1-6
·
Os alunos deverão apenas escutar.
5º Momento: Realizem
uma segunda leitura da carta e, desta vez, solicitem aos alunos para que
acompanhem a leitura em sua própria Bíblia. Um aluno deverá ler em voz alta e
vocês professores deverão juntamente com os alunos identificarem e discutirem
as características positivas, negativas e advertências dessa igreja.
Socialize com o texto: “Faleceu
ontem a pessoa que atrapalhava sua vida”, que pode proporcionar a reflexão
sobre a morte espiritual do cristão. A igreja é viva, o cristão deve estar
vivo, observando os valores do Reino, para que haja crescimento espiritual.
6º Momento: Apresente
o Cartaz ou slide com a Palavra-Chave: Morte.
Deixe que eles leiam e façam seus comentários de acordo com a sua orientação
que pode ser através de perguntas. Após comente:
·
MORTE
– Fim; desaparecimento gradual de qualquer coisa que se
tenha desenvolvido por algum tempo.
· Fale também a respeito da Igreja Morta Espiritualmente.
7º
Momento: Trabalhem os pontos levantados na lição, sempre de
forma participativa e procurando contextualizar esses ensinamentos com a vida
dos seus alunos e com o momento atual da Igreja.
8º
Momento: Para finalizar, utilizem a dinâmica “Eu, uma
estrela?”
9º Momento: Recorde-os
O Tema da Lição e o Texto Áureo. Apresente o Corinho a ser cantado durante a
apresentação da classe. E de forma discreta repasse as perguntas para ver se
eles fixaram o tema. Não se esqueça de formular 3 perguntas.
Sulamita Macedo
Dinâmica: Eu, uma Estrela?
Objetivo: Refletir sobre a luz que há em nós,
para que brilhe neste mundo de trevas.
Material: 01 estrela pequena feita de
cartolina ou EVA para cada aluno.
Procedimento:
·
Leiam novamente a parte do versículo
que se encontra em Ap. 3. 1 “...Isto diz o que tem os sete espíritos e as sete
estrelas...”.
·
Falem: Esta é a forma como Jesus se
apresenta a esta igreja.
·
Falem, ainda: Na Bíblia, há várias
passagens nas quais as pessoas são comparadas a estrelas. Vejamos algumas:
Gn 15. 5 “Então o levou para fora e
disse: Olha agora para os céus e conta as estrelas, se as podes contar. E
disse-lhe: Assim será a tua semente.”
Gn 37.9 “...Eis que ainda sonhei um
sonho, e eis que o sol, a lua e onze estrelas se inclinavam para mim.”
·
Falem: Os pastores das igrejas também
foram comparados a estrelas e eles estavam na mão direita de Jesus, conforme se
lê em Ap. 1. 20 “O mistério das sete estrelas, que viste na minha destra e dos
sete castiçais de ouro. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas e os
sete castiçais, que viste, são as sete igreja”.
·
Entreguem uma estrela para cada
aluno, peçam para que coloquem seu nome na estrela. E permaneçam com ela na
mão.
·
Falem: Há pessoas que são
consideradas estrelas, por se destacarem em algum trabalho em TV ou cinema, mas
o brilho é passageiro, a fama passa.
·
Continuem, falando: Nós devemos
brilhar como luz do mundo, nas mãos do Senhor, o eterno.
·
Para concluir, façam uma oração pelos
alunos, apresentando-os como estrelas que brilham na escuridão deste mundo em
trevas.
Por Sulamita Macedo.
Texto de Reflexão: Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida
Um dia, quando os funcionários
chegaram para trabalhar, encontraram na portaria um cartaz enorme, no qual
estava escrito:
"Faleceu ontem a pessoa que
atrapalhava sua vida na Empresa. Você está convidado para o velório na quadra
de esportes".
No início, todos se entristeceram
com a morte de alguém, mas depois de algum tempo, ficaram curiosos para saber
quem estava atrapalhando sua vida e bloqueando seu crescimento na empresa. A
agitação na quadra de esportes era tão grande, que foi preciso chamar os
seguranças para organizar a fila do velório. Conforme as pessoas iam se
aproximando do caixão, a excitação aumentava:
- Quem será que estava
atrapalhando o meu progresso ?
- Ainda bem que esse infeliz
morreu !
Um a um, os funcionários,
agitados, se aproximavam do caixão, olhavam pelo visor do caixão a fim de
reconhecer o defunto, engoliam em seco e saiam de cabeça abaixada, sem nada
falar uns com os outros. Ficavam no mais absoluto silêncio, como se tivessem
sido atingidos no fundo da alma e dirigiam-se para suas salas. Todos, muito
curiosos mantinham-se na fila até chegar a sua vez de verificar quem estava no
caixão e que tinha atrapalhado tanto a cada um deles.
A pergunta ecoava na mente de todos:
"Quem está nesse caixão"?
No visor do caixão havia um
espelho e cada um via a si mesmo...
Luís
Fernando Veríssimo
Sardes, a Igreja Morta
A Fundação da Igreja em Sardes
Edificada sobre um
promontório a 500 metros acima do nível do mar, quase inconquistável, Sardes
teve um passado de glória, chegando a ser capital do reino de Lídia, e sinônimo
de prosperidade e sucesso. Era uma grande fabricante de roupas de lã, próspera
em comércio de produtos oriundos da agricultura. Em Sardes a deusa Ártemis era
cultuada.
Assim como em Éfeso,
Esmirna, Pérgamo e Tiatira, o Evangelho pode ter chegado naquela cidade através
da obra missionária de Paulo (At 19.10), mas não devemos descartar a hipótese
de que testemunhas e convertidos no dia de Pentecostes poderiam ter sido os
primeiros a levar o Evangelho para aquela região (At 2.5-11).
A Condição da Igreja em Sardes
Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas
diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço as
tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. (Ap 3.1)
Em sua apresentação
nesta carta, Jesus se revela de duas maneiras:
- Aquele que tem os sete espíritos. A
expressão “sete espíritos” descreve a plenitude do Espírito Santo que é único.
Não é por acaso que a plenitude do Espírito é aqui destacada. É o Espírito
Santo quem dá plena vitalidade a uma igreja local. No Novo Testamento vemos o
Espírito Santo atuando na igreja de várias formas, dentre as quais: Revestindo
de poder (At 1.8; 2.1-4; 4.31), trasladando sobrenaturalmente (At 8.39-40),
orientando na separação de obreiros (At 13.1-3), participando das decisões
conciliares (At 15.28-29), direcionado as missões (At 16.6-10), distribuindo
dons à igreja (1 Co 12.11). Ao mudar de atitude em relação ao Espírito, uma
igreja local pode iniciar um processo de morte. Os passos para isso são
geralmente os seguintes: Resistir ao Espírito (At 7.51), entristecer ao
Espírito (Ef 4.30), extinguir /apagar o Espírito (1 Ts 5.19), blasfemar contra
o Espírito (Mt 12.31-32).
- Aquele que tem as sete estrelas. Da
mesma forma que no caso dos sete espíritos, as sete estrelas falam da plenitude
do senhorio de Cristo sobre a sua Igreja. Ele é o Senhor absoluto sobre ela. A
Igreja tem dono, e pode ter certeza que não é nenhum pastor ou
líder nacional, regional ou local. Jesus não tem sócios na Igreja. Apesar
de muitos na atualidade agirem como se fossem donos da Igreja de Jesus, na
realidade, se portam (ou são) como donos das instituições religiosas por eles
fundadas, herdadas ou dirigidas (igrejas locais). Essa postura inclui: Colocar
o patrimônio físico da igreja (instituição) em seu nome, ou em nome de
familiares e parentes, beneficiar-se financeiramente de forma absurda e
escandalosa da igreja (instituição), além de beneficiar familiares, parentes e
amigos, estabelecer o filho ou algum parente como sucessor, para assim manter
os privilégios (afirmo que não há nada de errado quando os filhos ou parentes
são devidamente qualificados para as funções ou divinamente vocacionados para o
santo ministério, e quando não há interesse na manutenção de privilégios),
ditar as normas, as regras, os costumes e a tradição da igreja (instituição),
ameaçar aqueles que discordam de seus posicionamentos com cortes de salários,
demissões, mudanças para campos, congregações ou trabalhos menores ou mais difíceis,
perda de cargos e funções em mesas diretoras, supressão de oportunidades para
ensino e pregação, etc. Os donos das igrejas (instituições) estão em toda
parte, deitando e rolando, fazendo e acontecendo, se achando poderosos e
irremovíveis.
Infelizmente, o
quadro de saúde espiritual de Sardes tinha se agravado tanto que a igreja não
estava mais em coma, e sim morta. Com cerca de 60 anos de fundação, a igreja
chegou ao fundo do poço. Interessante é que a igreja mantinha a sua reputação
de viva diante dos homens, mas diante de Deus, que não se engana com reputação,
estava morta. Sardes se tornara esteticamente e aparentemente viva, mas
espiritualmente e essencialmente morta.
Lições que Aprendermos com a Igreja em Sardes
As Assembleias de
Deus no Brasil, assim como a igreja em Sardes, gozam de uma grande reputação
nacional. Grandes e majestosos templos, excelentes estruturas, escolas,
faculdades, hospitais, abrigos, creches, etc. Tudo isso sinaliza para uma boa
condição financeira e econômica. No campo político já consegue espaço com
vários representantes no legislativo e executivo. Juízes, promotores,
advogados, médicos, engenheiros, administradores e educadores são encontrados
entre pastores e membros da igreja. A maior igreja evangélica no Brasil impõe
respeito aos de dentro e aos de fora.
Sua história, assim
como a história das igrejas da Ásia Menor, foi marcada pelo poder atuante do
Espírito, pelo ensino bíblico ortodoxo, pela marcante evangelização, pelo
dedicado discipulado, pela fervorosa e sincera adoração, pela maravilhosa
comunhão e por outras características e ações de uma igreja genuinamente
cristã.
Assim como Sardes, e
como qualquer outra igreja que já experimentou grandes momentos em sua
história, não podemos de maneira alguma descuidar. Foi por isso que Jesus
advertiu a igreja em Sardes com as seguintes palavras: “Sê vigilante e
consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as
tuas obras na presença do meu Deus”. (Ap 3.2)
É preciso estar
atento e aprender com a história. Em 214 a.C, Antíoco o Grande, rei da Síria,
enviou seus exércitos contra Sardes. Seus soldados escalaram os muros
desprotegidos e capturaram quase que de forma idêntica ao que os guerreiros
persas fizeram em 546 a.C. Semelhantemente, a igreja em Sardes não cuidou dos
seus “muros”, permitindo que fossem escalados, para ser invadida, dominada e
influenciada negativamente, promovendo morte. Não foi assim também com a
história mundial da igreja? Já não lemos e testemunhamos em continentes,
países, estados, cidades, distritos e bairros de igrejas locais que nasceram,
experimentaram a plenitude da vida no Espírito, adoeceram e morreram?
Enquanto denominação
evangélica, em que somos melhores que tais igrejas? Sendo assim, se não
ficarmos alertas, também morreremos. Já há sinais de morte em vários lugares,
mas temos vida do Espírito ainda presente em várias congregações. A ordem é
para fortalecer as pessoas e aquilo que de bom ainda há na igreja. Não nos
basta ser uma grande igreja, é preciso ser uma igreja de obras perfeitas.
Quantidade sem qualidade não tem valor no Reino de Deus.
Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido,
guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não
conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti. (Ap 3.3)
A ordem para a igreja
em Sardes foi “lembra-te” (gr. mnemoneue).
No grego o verbo se encontra no modo imperativo, no tempo presente e na voz
ativa, ou seja, implica em uma ordem de Jesus que deveria ser cumprida durante
todo o tempo pelos crentes em Sardes. A constante lembrança daquilo que
recebemos e aprendemos é fator essencial para não entrarmos num processo de
morte.
Assim como no caso de
Éfeso, o arrependimento é também exigido. O arrependimento que possibilita
novamente o perdão e aceitação de Deus é mais do que simples verbalização de
frases prontas e impressionistas. O termo grego para “arrependimento” aqui se
deriva de metanoeo, que implica em
mudança de pensamento ou mentalidade que resulta em mudança de sentimentos e atitudes.
É uma mudança plena de uma condição que desagrada a Deus, para uma outra
condição de o alegra. Arrependimento é tristeza diante do pecado, e não simples
remorso (2 Co 7.10).
Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que
não contaminaram as suas vestiduras e andarão de branco junto comigo, pois são
dignas. (Ap 3.4)
Como bem colocado por
Kistemaker: “Entre as cinzas do fogo se encontram uns poucos tições fumegantes,
que com um lufada de vento arderão em chama”.[1][1]
No grego, lemos
literalmente “tens poucos nomes” (echeis
oliga onomata), o que implica na ideia de que o Senhor conhece os seus
individual e nominalmente (Is 43.1). Esse pequeno grupo de crentes em Sardes
não se dobrou diante do secularismo, do pluralismo religioso, nem do
relativismo moral vigentes. A pureza e santidade dos tais foram simbolizadas
pelas roupas de cor branca. Sim, é possível viver em meio à corrupção
espiritual e moral, e mesmo assim manter as vestes limpas e incontaminadas. Tal
condição é indispensável para andar, caminhar lado a lado com o Senhor.
Para aqueles que se
enquadram no perfil do remanescente fiel da igreja em Sardes, fica a promessa:
O vencedor será assim vestido de vestiduras
brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário,
confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. Quem tem
ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. (Ap 3.5-6)
Blog Altair Germano
[1][1]KISTEMAKER, Simon. Apocalipse. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 204.
SARDES, A IGREJA MORTA
INTRODUÇÃO
A quinta carta do Apocalipse foi endereçada a
Igreja que estava localizada na cidade de Sardes. Vemos no conteúdo da sua
carta, que o problema daquela Igreja não era heresia, pois lá não havia
nicolaítas, como em Éfeso (Ap 2.6); nem os que seguiam a doutrina de Balaão,
como em Pérgamo (Ap 2.14); tampouco as falsas profecias da profetiza por nome
Jezabel, como em Tiatira (Ap 2.20). No entanto, apesar de ter nome de que
vivia, a Igreja estava espiritualmente morta. Por isso, o Senhor Jesus
envia-lhes esta carta com o intuito de exortar os cristãos ao arrependimento,
conduzindo-os a um genuíno avivamento.
I - A CIDADE DE SARDES
1.1 Nome. A palavra “Sardes” deriva-se do
grego e significa “príncipe de gozo”. Quando João escreveu esta carta, Sardes
era uma cidade rica, mas totalmente degenerada. Sua glória estava no passado e
seus habitantes entregavam-se aos encantos de uma vida de luxúria e prazer;
1.2 Geografia. Sardes foi a capital da Lídia no
século VII a.C. e era uma das cidades mais magníficas do mundo nesse tempo.
Localizada a cerca de 24 Km de Esmirna e situada no alto de uma colina, ela era
fortificada por uma grande muralha, seus soldados e habitantes se sentiam
imbatíveis e pensavam que jamais cairiam nas mãos dos inimigos. Mas, a cidade
orgulhosa caiu nas mãos do rei Ciro da Pérsia em 529 a.C., quando este a cercou
por 14 dias, e depois a invadiu com seu exército, quando os soldados de Sardes
estavam dormindo. Um fato interessante é que, cerca de trezentos anos depois,
por volta de 218 a.C., Antíoco Epifânio dominou a cidade da mesma forma. As
duas invasões ocorreram por causa da autoconfiança e falta de vigilância dos
seus habitantes;
1.3 Religião. Como as demais cidades da Ásia
Menor, Sardes estava completamente comprometida com a idolatria, pois, tinha
como padroeira a deusa Cibele, que era creditada com o poder especial de
restaurar vida aos mortos. No entanto, para a Igreja que estava espiritualmente
morta naquela cidade, somente o Senhor Jesus, o que tem os sete Espíritos de
Deus, poderia restaurá-la (Ap 1.4).
II - A CARTA À IGREJA DE SARDES
A Igreja de Sardes tornou-se como a cidade: em vez
de influenciar, foi influenciada. Era como sal sem sabor ou uma candeia
escondida (Mt 5.13-16). Apenas tinha nome e fama, mas não tinha vida (Ap 3.1).
Jesus enviou uma carta revelando a necessidade de um reavivamento urgente,
pois, havia muitos crentes mortos, e outros, dormindo, precisando ser
despertados (Ap 3.3,4).
2.1. “Ao anjo da Igreja” (Ap 3.1 a). Não
podemos afirmar, ao certo, quem era o anjo (pastor) da Igreja de Sardes. No
entanto, podemos deduzir que ele conhecia muito bem os problemas daquela
Igreja. Todas as cartas foram enviadas ao anjo da Igreja (Ap 2.1,8,12,18;
3.1,7,14,22) porque ele era a pessoa mais indicada, não apenas para transmitir
o conteúdo da carta aos cristãos daquela localidade, como também corrigir os
erros doutrinários e conduzir a Igreja a um genuíno avivamento;
2.2. “Isto diz o que tem os sete Espíritos de Deus,
e as sete estrelas” (Ap 3.1 b). A expressão “sete Espíritos”
significa: a multiforme operação do Espírito Santo, como podemos ver em (Is
11.1,2): “E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de
sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de
conhecimento e de temor do Senhor”. Quanto as “sete estrelas” Jesus
referiu-se aos anjos (pastores) das Igreja, conforme (Ap 1.20);
2.3. “Eu sei as tuas obras” (Ap 3.1 c). Já vimos
em lições anteriores que, em todas as cartas, Jesus diz: “Eu sei as tuas obras”
ou “Eu conheço as tuas obras” (Ap 2.2,9,13,19; 3.1,8,15) o que significa dizer
que Ele não está alheio ao serviço que prestamos em prol do Reino de Deus aqui
na terra. No entanto, o Senhor Jesus não fez menção, nem elogiou as boas obras
de Sardes, como em outras cartas, tais como: o trabalho e a paciência de Éfeso
(Ap 2.2); a perseverança na fé da Igreja de Pérgamo (2.13); o amor, o serviço,
a fé e a paciência dos crentes de Tiatira (Ap 2.19); pelo contrário, o Senhor
Jesus diz: “Não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus” (Ap 3.2);
2.4. “Tens nome de que vives e estás morto” (Ap 3.1
d). A Igreja de Sardes vivia apenas de aparência, pois,
aos olhos dos habitantes da cidade, ela existia e estava presente: “tens
nome de que vives”; mas, aos olhos daquEle que são como chamas de fogo, era
uma Igreja morta, sem vida e sem vigor espiritual “mas, estás morta”.
Escrevendo aos romanos, o apóstolo Paulo disse que o cristão deve considerar-se
morto para o pecado e vivo para Deus (Rm 6.11,13); mas, em Sardes, estava
havendo o inverso: muitos crentes estavam vivos para o pecado e mortos para
Deus;
2.5. “Sê vigilante” (Ap 3.2 a). O termo
“vigiar” significa “estar atento”, “estar vigilante”. Esta foi a primeira
recomendação do Senhor Jesus àquela Igreja. A vigilância é uma atitude exigida
a todo cristão (Mt 24.42; Mc 13.37; Lc 21.36; At 20.31), mas, principalmente,
para os crentes sinceros e fiéis que estavam vivendo entre os mortos. Em outras
palavras, o Senhor Jesus estava dizendo: se não vigiares, poderás morrer
também! Assim como a cidade fora invadida duas vezes por falta de vigilância, o
mesmo poderia ocorrer com o remanescente fiel, caso eles não vigiassem;
2.6. “Confirma os restante que estava para morrer”
(Ap 3.2 b). Cristo ordena livrar “os que estão destinados à
morte”. A expressão “confirma” não significa confirma sua morte, e sim,
confirma sua fé (At 14.22; 15.32; 16.5; 18.23; I Pe 5.10; II Ts 3.9).
Isto nos ensina que a Igreja não estava morta por
completo, pois sempre houve, e sempre haverá um remanescente fiel (Ap
2.6,13,24; 3.4). É por esta razão que o Senhor Jesus diz: “Mas também
tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes, e comigo
andarão de branco; porquanto são dignos disso” (Ap 3.4);
2.7. “Não achei as tuas obras perfeitas diante de
Deus” (Ap 3.2 c). Esta exortação do Mestre nos ensina que não basta
ter obras, serviços prestados e trabalhar para o Senhor. É preciso que as obras
sejam perfeitas. Mas, o que é uma obra perfeita?
É uma obra feita de todo coração (Cl 3.23), com
alegria (Sl 100.2) e para a glória de Deus (I Co 10.32). Na primeira epístola
aos coríntios, o apóstolo Paulo enumera seis tipos de “obras”, a saber:
madeira, feno, palha, prata, ouro e pedras preciosas (I Co 3.12). Somente as
obras que permanecerem é que serão recompensadas (I Co 3.13-15);
2.8. “Lembra-se, pois, do que tens recebido e
ouvido, e guarda-o” (Ap 3.3 a). A Igreja de Sardes não poderia
queixar-se por não conhecer a doutrina. As palavras do Senhor Jesus são enfáticas:
“Lembra-se, pois, do que tens recebido e ouvido” o que significa dizer
que os cristãos já haviam recebido o genuíno Evangelho. A Bíblia nos exorta a
lembrar das palavras que foram ditas pelos profetas (Jd 1.17) e das palavras do
Senhor (Lc 24.6,8; Jo 15.20); inclusive, uma das atribuições do Espírito Santo
é lembrar as palavras do Senhor (Jo 14.26). Este lembrar implica que os
cristãos deveriam também, guardar, ou seja, cumprir, obedecer;
2.9. “E arrepende-te (Ap 3.3 b)”. Arrepender-se
significa sentir tristeza por haver violado as leis divinas e ter o desejo de
voltar-se a Deus, implorando o perdão e o favor divino. Deus exige
arrependimento não apenas dos pecadores (Mt 3.11; 4.17; Mc 1.15; 2.17; Lc
3.3,8; At 3.19; 17.30), mas também daqueles cristãos que não andam em
sinceridade (Ap 2.5; 2.16; 21,22; 3.3,19). O Senhor Jesus esperava que ao
receberem aquela carta, os cristãos se arrependessem dos seus pecados para
receberem a vida (At 11.18);
2.10. “E, se não vigiares, virei sobre ti como um
ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei (Ap 3.3 c)”. A cidade
de Sardes fora invadida e dominada duas vezes porque se sentia muito segura, e
não vigiou. Jesus alerta a Igreja que, se ela não vigiar e não acordar, ele
virá a ela como o ladrão de noite, inesperadamente. Em seu sermão profético, o
Senhor Jesus ensinou sobre a vigilância, comparando a Sua vinda como a ação de
um ladrão, ou seja, em momento inesperado (Mt 24.43,44). Os apóstolos também
falaram acerca de Sua vinda “como um ladrão” (I Ts 5.2,4; II Pe 3.10). Porém,
quando Jesus disse a Igreja de Sardes que “viria como um ladrão” não estava se
referindo a Sua Segunda Vinda, e sim, a um juízo iminente, ou seja, que poderia
ocorrer a qualquer momento;
2.11. “O que vencer será vestido de vestes brancas”
(Ap 3.5 a). Nas páginas da Bíblia Sagrada, vestes brancas falam
de pureza e santidade. Elas aparecem diversas vezes no livro do Apocalipse (Ap
3.5,18; 4.4; 6.11; 7.9,13; 19.14). Mas, quando Jesus se refere a uma promessa
aos vencedores, esse “andar” é escatológico, ou seja, futuro, e significa que
os vencedores poderão estar na companhia de Cristo por toda LIÇÃO 07 - SARDES,
A IGREJA MORTA
2.12. “De
maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida” (Ap 3.5 b). Nenhum
outro livro recebe tanta importância nas Sagradas Escrituras do que o livro da
vida. Ele é mencionado em (Êx 32.33; Sl 69.28; Dn 12.1; Lc 10.20; Fl 4.3).
Quando Jesus diz que jamais riscará o nome dos vencedores do livro da vida não
está se referindo a uma predestinação fatalista, em que alguns cristãos afirmam
“uma vez salvo, salvo para sempre”; mas, pelo contrário, uma predestinação
condicional, uma promessa para aqueles que vencerem; e vencer, significa:
perseverar até o fim (Mt 10.22; 24.13; Mc 13.13);
2.13. “E
confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos” (Ap 3.5 c). Esta
promessa nos faz lembrar o que disse Jesus a seus discípulos: “Portanto,
qualquer que me confessar diante dos homens eu o confessarei diante de meu Pai,
que está nos céus” (Mt 10.32). A expressão “confessar”, neste texto significa:
“testificar que pertence a Mim”, ou seja, aqueles que confessam a Cristo, e não
se envergonham do Seu nome, além de terem os seus nomes confirmados no livro da
vida, serão, no futuro, confessados por Cristo diante do Pai e dos seus anjos.
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, a Igreja de Sardes tinha o nome
de quem estava viva, mas estava morta; em vez de influenciar a cidade, foi
influenciada. Por esta razão, o Senhor Jesus apresenta-se como Aquele que tem
os sete Espíritos de Deus, ou seja, o Espírito do Senhor, o Espírito de
sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito
de conhecimento e de temor do Senhor. Mas, para que a mesma viesse a ser
restaurada era preciso ser vigilante, lembrar-se do que tinha recebido e ouvido
e arrepender-se dos seus pecados. No entanto, nem todos estavam corrompidos.
Havia ali também cristãos sinceros que não contaminaram suas vestes. Por isso,
o Senhor Jesus lhes diz que estes andariam com Ele; e, aos vencedores, Ele
prometeu que estes seriam vestidos de vestes brancas, não teriam seus nomes
riscados do livro da vida; e que Ele o confessaria o seu nome diante de Seu Pai
e diante dos Seus anjos.
REFERÊNCIAS
BÍBLIA de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD.
STAMPS, Donald C. BÍBLIA de Estudo Pentecostal.
CPAD.
ANDRADE, Claudionor de. Os Sete castiçais de ouro.
CPAD.
__________, Dicionário Teológico. CPAD.
LOPES, Hernandes Dias. Estudos no livro de
Apocalipse. Hagnos.
SILVA, Severino Pedro da. Apocalipse, versículo por
versículo. CPAD.
Publicado no site da Rede Brasil de Comunicação
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