sábado, 21 de abril de 2012

EBD Jovens & Adultos CPAD 2º Trimestre de 2012

Jovens & Adultos Lição 4 - Esmirna, a Igreja Confessante e Mártir

TEMA DA LIÇÃO:

TEXTO ÁUREO:

PALAVRA-CHAVE:

COLAR NO DESTINATÁRIO DE UM ENVELOPE, QUE PODE SER CONFECCIONADO COM FOLHA DE PALEL A4:


CARTA A IGREJA DE ESMIRNA:


Plano de Aula: Escola Bíblica Dominical.

CLASSE:                                                                                              LIÇÃO 04  

PROFESSOR(A):                                                                                             

DATA:                                                  LEITURA BÍBLICA: Apocalipse 2: 8-11
TEMA: Esmirna, a Igreja Confessante e Mártir”.
Texto Áureo: “Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” Ap 2:15
Objetivo:
    ·      Identificar as principais características da igreja de Esmirna (confessante e mártir).

          ·       Descrever como Jesus se apresentou à igreja de Esmirna.
·       Saber as condições da cidade de Esmirna.
1º Momento: Oração, Leitura Bíblica do Texto, Louvor, Chamada e Oferta.
2º Momento: Apresente o cartaz ou slide com o tema da Lição 4: “Esmirna, a Igreja Confessante e Mártir”. Peça a eles que leiam, após comente:
·       Sobre os aspectos geográficos, políticos, econômicos, religiosos da cidade de Esmirna, mostrando num mapa sua posição geográfica.
3º Momento: Apresente o cartaz ou slide com o Texto Áureo: Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Ap 2:15
·       Diga a eles que nada pode calar a Igreja de Cristo, nem mesmo a morte.
4º Momento: Abram um envelope contendo a carta destinada a Igreja de Esmirna e realizem a leitura que se encontra em Apocalipse 2.8 a 11. Os alunos deverão apenas escutar.

5º Momento: Realizem uma segunda leitura da carta e, desta vez, solicitem aos alunos para que acompanhem a leitura em sua própria Bíblia. Um aluno deverá ler em voz alta e vocês professores deverão juntamente com os alunos preencher o quadro abaixo, à medida que a leitura for realizada:
Observação: a coluna referente as características negativas ficará vazia.
·       Ao ler o verso 2, falem sobre a verdadeira prosperidade, que não consiste em bens materiais mas rico para com Deus( tema do trimestre passado).
6º Momento: Apresente o Cartaz ou slide com a Palavra-Chave: MÁRTIR. Deixe que eles leiam e façam seus comentários de acordo com a sua orientação que pode ser através de perguntas. Após comente:
·       MÁRTIR – Quem é submetido a súplicas ou à morte, pela recusa de renunciar os seus princípios

7º Momento: Trabalhem com os alunos porque esta igreja era confessante e mártir.

8º Momento: Trabalhem os pontos levantados na lição, sempre de forma participativa e procurando contextualizar esses ensinamentos com a vida dos seus alunos, para que a aprendizagem seja significativa.

9º Momento: Apresentem alguns dados sobre a igreja perseguida, na atualidade, e façam uma oração pelos irmãos que nesse momento estão sofrendo perseguição.
10º Momento: Para concluir, utilizem a dinâmica “O que tenho de melhor para presentear”.
11º Momento: Recorde-os O Tema da Lição e o Texto Áureo. Apresente o Corinho a ser cantado durante a apresentação da classe. E de forma discreta repasse as perguntas para ver se eles fixaram o tema. Não se esqueça de formular 3 perguntas.
http://ebd-kadoshi-adonai.blogspot.com
Sulamita Macêdo






DINÂMICA: O QUE TENHO DE MELHOR PARA PRESENTEAR!
Objetivo: Refletir sobre o que temos apresentado diante de Deus e enfatizar a fidelidade para com Deus.
Material: 01 frasco de mirra (óleo), que se encontra a venda nas livrarias evangélicas, normalmente com 10 ml e valor bastante accessível.
Procedimento:
1 - Falem: A cidade de Esmirna era exportadora de mirra. Falem o que é, para que serve e como é obtida.
“A mirra é uma árvore espinhosa que pode atingir 5 metros de altura, com flores vermelho-amarelo e frutos pontiagudos. Cresce em matas e prefere solos bem drenados e muita exposição ao sol. Árvore de nome botânico Commiphora molmol. A palavra mirra origina-se do hebraico maror ou murr, que significa "amargo".
A resina que se obtém dos seus caules é usada na preparação de medicamentos, devido as suas propriedades anti-sépticas.
Os egipcios empregavam a mirra no culto ao deus Sol e como ingrediente mumificação, uma vez que suas qualidades embalsamadoras já eram conhecidas. Até o século XV, era usada como incenso em funerais e cremações. É também utilizada em algumas celebrações religiosas.
A sua fragrância também pode ser utilizada em incensos para dar um leve aroma de terra ou como aditivo para o vinho.
Atualmente, utilizam-se comercialmente os componentes da mirra em produtos como loções, pastas de dente, perfumes e outros cosméticos.
A mirra é obtida através da resina da casca ou espremendo-se a madeira da planta”. (dados da Internet).
2 - Depois, apresentem para os alunos um frasco de mirra e deixem que os alunos sintam o aroma.
3 – Falem: Este óleo(mostrem o frasco com mirra) é utilizado para unção. Leiam: Êx. 30:22-25:
"Falou mais o Senhor a Moisés dizendo: Tu, pois, toma para ti das principais especiarias: da mais pura MIRRA, quinhentos siclos; e de CANELA aromática, a metade, a saber, duzentos e cinqüenta ciclo , e de CÁLAMO aromático, duzentos e cinqüenta ciclos; e de CÁSSIA, quinhentos siclos, segundo o siclo do Santuário; e de azeite de OLIVA, um him. E disto farás o azeite da Santa Unção, o perfume composto segundo a obra do perfumista; este será o azeite da Santa Unção".
Perguntem: Para que somos ungidos? Escolhidos?
4 – Ainda, falem: A mirra está também relacionada com a preparação da noiva(Igreja) para se encontrar com o noivo(Jesus). Leiam Ester 2.12:
“Em chegando o prazo de cada moça vir ao rei Assuero, depois de tratada segundo as prescrições para as mulheres, por doze meses (porque assim se cumpriam os dias de seu embelezamento, seis meses com óleo de mirra e seis meses com especiarias e com os perfumes e unguentos em uso entre as mulheres)”.
Perguntem: Como estamos nos preparando para nos apresentar diante de Deus?
5 – Depois, leiam Mateus 2:10 e 11:
“Ao verem eles a estrela, regozijaram-se com grande alegria. E entrando na casa, viram o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra.”
Falem: Os magos do Oriente trouxeram presentes valiosos para Jesus. E nós, o que temos dado?
Nossa fidelidade? Nosso compromisso com os valores do reino de Deus e com Sua Palavra?
Temos firmeza de fé, para testemunhar nesses tempos trabalhosos?
Nosso trabalho no reino, de forma prazerosa e consciente?
6 – Para finalizar, falem: A igreja de Esmirna era fiel testemunha sofrendo perseguições e a Bíblia nos adverte: “...Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida”. (Apocalipse 2. 10).

Por Sulamita Macedo.

Esmirna, A Igreja Confessante e Mártir
Esmirna era a principal cidade que disputava com Éfeso e Pérgamo a fama de ser chamada de maior cidade da Ásia. Ruas e edifícios se estendiam através do litoral que circundava as montanhas. Fontes emanavam com águas do aqueduto da cidade. Um teatro ficava numa das áreas mais altas da cidade e de lá se contemplava a parte mais baixa da cidade. Esmirna reivindica o título de berço do poeta Homero e construiu um relicário em sua honra. Uma biblioteca, ginásios, termas e um estádio contribuíam para a vida cultural de Esmirna. A cidade atraiu oradores, como Apolônio de Tyana no primeiro século, e outros renomados, no segundo século.
 
         Esmirna era freqüentemente chamada a cidade mais bela da Ásia Menor. Ruas pavimentadas com belo design cortavam o centro de negócios. Grandes séries de colunas criavam o senso de grandeza e graciosidade. O Agora ou mercado público, que estava localizado próximo ao porto, era o centro do comércio e vida social. Produtos eram trazidos para dentro de Esmirna pelo mar e do interior para serem vendidos ali. Durante o festival de Dionísio, o Agora era usado para procissões em honra dos deuses.

O PORTO
O vasto porto ao longo de Esmirna era o ancoradouro para navios que viajavam no mar Egeu. No coração da cidade também havia um grande porto ou Marina que poderia ser fechado com uma corrente. Os navios podiam transferir suas cargas do litoral para o Agora ou mercado, que era o centro comercial da cidade. Esmirna era conhecida por seu vinho, roupas, perfumes e artefatos de ouro.

Deusa Mãe
A deusa Grande Mãe, que tinha o templo localizado no lado leste da cidade, era a divindade patrona de Esmirna. Sempre representada nas moedas de Esmirna, ela era considerada como uma deusa que era especialmente responsável por todo bem-estar da cidade. Fertilidade, saúde e proteção estavam entre os benefícios que era dito que ela provia.
M A P A







Apocalipse 2
Em grego

8. Ao anjo da igreja em Esmirna escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto e reviveu:
9. Conheço a tua tribulação e a tua pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que dizem ser judeus, e não o são, porém são sinagoga de Satanás.
10. Não temas o que hás de padecer. Eis que o Diabo está para lançar alguns de vós na prisão, para que sejais provados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida.
11. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. O que vencer, de modo algum sofrerá o dado da segunda morte.
Representa a igreja desde o ano 100 a 313. Foi o período de horrendas perseguições do Império Romano contra os cristãos que foram queimados vivos, decapitados, entregues às feras no circo romano, etc. Para esses fiéis mártires o Senhor não tem reprovação. O período termina com o edito de tolerância de Milão, assinado por Constantino no ano 313.
O Valor dos Mártires
Quando Jesus revelou a Seus discípulos a sorte de Jerusalém e as cenas do segundo advento, predisse também a experiência de Seu povo desde o tempo em que deveria ser tirado dentre eles até a Sua volta em poder e glória para o seu libertamento. Do Monte das Oliveiras o Salvador contemplou as tempestades prestes a desabar sobre a igreja apostólica; e penetrando mais profundamente no futuro,
Seus olhos divisaram os terríveis e devastadores vendavais que deveriam açoitar Seus seguidores nos vindouros séculos de trevas e perseguição. Em poucas e breves declarações de tremendo significado, predisse o que os governadores deste mundo haveriam de impor à igreja de Deus (Mat. 24:9, 21 e 22).
Os seguidores de Cristo deveriam trilhar a mesma senda de humilhação, ignomínia e sofrimento que seu Mestre palmilhara. A inimizade que irrompera contra o Redentor do mundo, manifestar-se-ia contra todos os que cressem em Seu nome. A história da igreja primitiva testificou do cumprimento das palavras do Salvador. Os poderes da Terra e do inferno arregimentaram-se contra Cristo na pessoa de Seus seguidores. O paganismo previa que se o evangelho triunfasse, seus templos e altares desapareciam; portanto convocou suas forças para destruir o cristianismo. Acenderam-se as fogueiras da perseguição. Os cristãos eram despojados de suas posses e expulsos de suas casas. Suportaram "grande combate de aflições". Heb. 10:32. "Experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões." Heb. 11:36. Grande número deles selaram seu testemunho com o próprio sangue. Nobres e escravos, ricos e pobres, doutos e ignorantes, foram de igual modo mortos sem misericórdia.

Estas perseguições, iniciadas sob o governo de Nero, aproximadamente ao tempo do martírio de Paulo, continuaram com maior ou menor fúria durante séculos. Os cristãos eram falsamente acusados dos mais hediondos crimes e tidos como a causa das grandes calamidades - fomes, pestes e terremotos. Tornando-se eles objeto do ódio e suspeita popular, prontificaram-se denunciantes, por amor ao ganho, a trair os inocentes. Eram condenados como rebeldes ao império, como inimigos da religião e peste da sociedade.

Grande número deles eram lançados às feras ou queimados vivos nos anfiteatros. Alguns eram crucificados, outros cobertos com peles de animais bravios e lançados à arena para serem despedaçados pelos cães. De seu sofrimento muitas vezes se fazia a principal diversão nas festas públicas. Vastas multidões reuniam-se para gozar do espetáculo e saudavam os transes de sua agonia com riso e aplauso.
Onde quer que procurassem refúgio, os seguidores de Cristo eram caçados como animais. Eram forçados a procurar esconderijo nos lugares desolados e solitários. "Desamparados, aflitos e maltratados (dos quais o mundo não era digno), errantes, pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra." Heb. 11:37 e 38. As catacumbas proporcionavam abrigo a milhares. Por sob as colinas, fora da cidade de Roma, longas galerias tinham sido feitas através da terra e da rocha; o escuro e complicado trama das comunicações estendia-se quilômetros além dos muros da cidade. Nestes retiros subterrâneos, os seguidores de Cristo sepultavam os seus mortos; e ali também, quando suspeitos e proscritos, encontravam lar. Quando o Doador da vida despertar os que pelejaram o bom combate, muitos que foram mártires por amor de Cristo sairão dessas sombrias cavernas.

Sob a mais atroz perseguição, estas testemunhas de Jesus conservaram incontaminada a sua fé. Posto que privados de todo conforto, excluídos da luz do Sol, tendo o lar no seio da terra, obscuro mas amigo, não proferiam queixa alguma. Com palavras de fé, paciência e esperança, animavam-se uns aos outros a suportar a privação e angústia. A perda de toda a bênção terrestre não os poderia forçar a renunciar sua crença em Cristo. Provações e perseguição não eram senão passos que os levavam para mais perto de seu descanso e recompensa.

Como aconteceu aos servos de Deus de outrora, muitos "foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição". Heb. 11:35. Estes se recordavam das palavras do Mestre, de que, quando perseguidos por amor de Cristo, ficassem muito alegres, pois que grande seria seu galardão no Céu, porque assim tinham sido perseguidos os profetas antes deles. Regozijavam-se de que fossem considerados dignos de sofrer pela verdade, e cânticos de triunfo ascendiam dentre as chamas crepitantes. Pela fé, olhando para cima, viam Cristo e os anjos apoiados sobre as ameias do Céu, contemplando-os com o mais profundo interesse, com aprovação considerando a sua firmeza. Uma voz lhes vinha do trono de Deus: "Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida." Apoc. 2:10.

Nulos foram os esforços de Satanás para destruir pela violência a igreja de Cristo. O grande conflito em que os discípulos de Jesus rendiam a vida, não cessava quando estes fiéis porta-estandartes tombavam em seus postos. Com a derrota, venciam. Os obreiros de Deus eram mortos, mas a Sua obra ia avante com firmeza. O evangelho continuava a espalhar-se, e o número de seus aderentes a aumentar. Penetrou em regiões que eram inacessíveis, mesmo às águias romanas. Disse um cristão, contendendo com os governadores pagãos que estavam a impulsionar a perseguição: Podeis "matar-nos, torturar-nos condenar-nos. ... Vossa injustiça é prova de que somos inocentes. ... Tampouco vossa crueldade... vos aproveitará". Não era senão um convite mais forte para se levarem outros à mesma persuasão. "Quanto mais somos ceifados por vós, tanto mais crescemos em número; o sangue dos cristãos é semente." - Apologia, de Tertuliano, parágrafo 50.

Milhares eram aprisionados e mortos, mas outros surgiam para ocupar as vagas. E os que eram martirizados por sua fé tornavam-se aquisição de Cristo, por Ele tidos na conta de vencedores. Haviam pelejado o bom combate, e deveriam receber a coroa de glória quando Cristo viesse. Os sofrimentos que suportavam, levavam os cristãos mais perto uns dos outros e de seu Redentor. Seu exemplo em vida, e seu testemunho ao morrerem, eram constante atestado à verdade; e, onde menos se esperava, os súditos de Satanás estavam deixando o seu serviço e alistando-se sob a bandeira de Cristo.
Dc. Geazi Santos
 Esmirna a Igreja Confessante e Mártir

Ao anjo da igreja em Esmirna escreva: Estas são as palavras daquele que é o Primeiro e o Último, que morreu e tornou a viver.

Conheço as suas aflições e a sua pobreza; mas você é rico! Conheço a blasfêmia dos que se dizem judeus mas não são, sendo antes sinagoga de Satanás.
Não tenha medo do que você está prestes a sofrer. Saibam que o diabo lançará alguns de vocês na prisão para prová-los, e vocês sofrerão perseguição durante dez dias. Seja fiel até a morte, e eu lhe darei a coroa da vida.
Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. O vencedor de modo algum sofrerá a segunda morte.
(Apocalipse 2:8-11 - NVI)

Queridos, nesta semana estaremos falando em nossas escolas dominicais sobre a igreja de Esmirna, e com esta temos muito a aprender, como sabemos nenhuma igreja terrestre é perfeita, tampouco podemos condenar as 7 igrejas da Ásia, inseridas nas cartas do livro das revelações, por seus erros, com exceção de Filadélfia, todas elas foram repreensíveis.
O primeiro ponto a trabalharmos neste capítulo é a pobreza material de Esmirna, paradoxalmente a situação da cidade que era rica a igreja sofria miseravelmente, o problema é que, principalmente em cidades centro, como era o caso de Esmirna, que possuía uma população de 200 mil habitantes, a cidade de Esmirna era considerada a mais bela da Ásia Menor. Sua beleza natural era fascinante. Seu esplendor habitava entre o mar e as montanhas. Sua estrutura urbana era modelo para as demais cidades de sua época. O comércio internacional favorecia economicamente a cidade, que era grande exportadora de mirra.
Na condição de centro religioso, em Esmirna eram adorados os deuses Cibele, Apolo, Asclépio, Afrodite e Zeus. O culto ao imperador, que incluía a queima de incenso a imagem de César, foi lá bastante difundido e praticado. Conforme Kistemaker:
Em 26 d.C., ela dedicou um templo ao imperador Tibério e se gabava de ser a principal no culto ao imperador. Essa jactância agradou aos administradores romanos, os quais fomentavam a paz e a unidade que caracterizavam o espírito de Roma por todo o império. William Barclay escreve que, para tornar o espírito de Roma tangível, os romanos apresentaram o imperador como sendo sua incorporação, e assim surgiu o culto ao imperador. Ainda que alguns dos primeiros imperadores discordassem de tal culto, a população o ativou ao ponto de tornar os imperadores divinos.
A lei era mais rígida e trazia servis, e em uma de suas regras estabelecidas, a lei romana previa que aquele que não se curvasse a César e não o chamasse de Senhor (deus) seriam castigados com o confisco de seus bens, destituindo aquele não declarado adorador de César a pobreza e marginalização social, e era esta, provavelmente a paga dos cristãos “esmirnienses”. A fidelidade a Cristo os deixou “pobres”.
A localização atual de Esmirna é na porção geográfica turca e é chamada de Izmir. Ficava acerca de 60 Km de distância da cidade em que primeiro foi citada no capítulo 2 de Apocalipse, ou seja, a cidade de Éfeso.
Outro ponto importante deste texto é observarmos como, inicialmente, o Senhor se apresenta, primeiro como eterno “Daquele que é o primeiro e o último”, fazendo-se arremeter-se ao princípio de todas as coisas (Jo1.1), porque “No princípio era o verbo”, mas na realidade este princípio não é início com a cronologia humana, mas a eternidade em amplitude temporal, ou seja, um início que nunca iniciou, mas um início que é a existência da eternidade do Criador da existência. Glória a Deus! O nosso Senhor sempre existiu e pode ser chamado de Senhor (Deus)! César já se foi! Mas, Jesus morreu e tornou a vida e para Ele não existe temporalidade (2 Pe 3.7), o tempo é inerente ao ser humano, mas não ao Ser Divino, é material e físico, não transcendente e espiritual, o seu poder e infinitude permanecem, como sua glória e autoexistência são soberanas, por isso desde o princípio de todas as vidas nos conhece e está ao nosso lado, conhecendo todos os nossos sofrimentos, falhas e a nossa limitação.
Mesmo afirmando que a pobreza material de Esmirna a transformava em rica espiritualmente, mesmo tendo-a em muito como exemplo, o Senhor não foi indiferente aos seus erros, não deixou de disciplinar aqueles que se travestiam de puros servos de Deus (como judeus), mas não o eram, condenou seus procedimentos e os chamou de sinagoga de Satanás. Não pensemos que Esmirna, como alguns dizem, não tinha defeitos, mas que mesmo a maioria dos cristãos de lá não participando dos erros, tolerava àqueles que praticavam o mal, que se desviavam da Palavra. Quantas igrejas hoje têem essa mesmo comportamento? Quantas não tomam posição contra o erro? Contra os falsos mestres das “sinagogas” de Satanás por aí afora? Contra a falsa doutrina? Contra o pecado de relativismo? De liberalismo? Contra doutrinas de homens?
Essa forma de agir é sim passiva de repreensão, a omissão também é pecado! Temos muitos líderes omissos! Muitos que se escondem por trás de suas funções e responsabilidades porque os participantes e membros das sinagogas de satanás da vida são “poderosos”, possuem influência política e/ou econômica e social. O Senhor não tolera covardes e omissos que toleram e escondem os erros, o pecado e a maldade. E essa é uma verdade inquestionável, pois o Senhor é Santo e quer que sejamos santos, pois “Sede santos porque Eu Sou santo” (1 Pe 1.16).
Após os elogios a Esmirna também veio e a repreensão à igreja, o pior estava por vir, não por causa dos erros, mas por causa do amor a Cristo, diferente do que o triunfalismo prega, a igreja por ser fiel ao Senhor sofreria dores infindas, esmagadora e sem precedentes, uma tribulação terrível, como afirma “O Diabo lançará alguns de vocês na prisão para prová-los”. Quem é o Diabo? Que provação é essa? O Diabo é o nosso adversário e ele estava usando, nessa época, o sistema político romano e suas leis para perseguição do povo de Deus. Será que hoje não temos essa mesma ocorrência em muitos países com cortinas de ferro para o evangelho de Cristo? Recentemente um governo de um destes países anticristão deu 24 horas para todos os cristãos saírem deste, senão seriam mortos. Já a provação dos irmãos de Esmirna na prisão, seria negar o que professavam e confessar que César como o seu Senhor! Que dura prova! Imagine aí se a um presidente de nosso país exigisse que todos a chamassem de “deus”, “senhor” de nossas vidas! Tenho plena convicção que muitos cristãos achariam isso banal e diriam até que nada tem haver afirmar algo assim, e isso é um grande engano, um engodo, pois mesmo que seja forçado e sem ser de coração teríamos negado a Jesus como Senhor, pondo outro(a) em lugar de Deus.
Os dez dias da perseguição até hoje são desconhecido cronologicamente, não há nenhum relato histórico comprovando esse período determinado exato, mas aqui não sabemos se essa expressão tinha algum outro significado, mas sabemos que a perseguição existia e muitos foram presos e alguns não resistiram e morreram, mas como o Senhor afirmara, “o vencedor jamais sofrerá a segunda morte” porque a primeira todos nós estamos sujeitos, tanto uma morte natural e indolor, como uma morte trágica e sofrível, todos estamos passivos a ambas. Diferente do que alguns afirmam que o crente fiel não é perseguido e nem sofre, esse trecho da igreja em Esmirna nos mostra o contrário, que podemos ser perseguidos e nos tornar pobre materialmente ao seguir o evangelho genuíno e verdadeiro de Cristo.
A segunda morte não é o fim de todas as coisas, mas o princípio de um grande tormento infindo, por isso o sofrimento transitório da igreja será recompensado pelo gozo eterno, a vida eterna junto ao nosso Deus lá em seu Reino. Aleluia!
Professor Érik
ESTUDO PARA COMPLEMENTO
QUANDO A PERSEGUIÇÃO ATINGE O FIEL - Apocalipse 2.8-11
A linha foi traçada na areia. A guerra está declarada. O inferno, em sessão oficial; e a Igreja, sob ataque. O reino de Satanás empenha-se numa batalha sem quartel contra a Igreja de Jesus Cristo. As forças do inferno estão convocadas contra o povo de Deus. Violenta tempestade arma-se no horizonte.
Em ação, a Igreja Batista de Hamilton Square, em São Francisco. Ao se reunirem para o culto de domingo à noite, em 19 de setembro de 1993, aqueles crentes sabiam que muita coisa haveria de acontecer. Apenas não imaginavam com que intensidade! O orador seria Lou Sheldon, um sincero oponente da legislação pró-homossexual da Califórnia. Como presidente da Coalizão de Valores Tradicionais, em 1989, Sheldon havia revolucionado os costumes domésticos dos casais de São Francisco.
Sua visita fez da igreja um campo de batalha. Dois jornais pró-homossexuais noticiaram a visita de Sheldon, provocando uma avalanche de telefonemas à igreja. Ativistas ameaçaram atrapalhar. E realmente atrapalharam. O culto tornou-se campo de batalha. Aproximadamente 100 desordeiros invadiram a área exterior do templo, controlando-a totalmente.
Furiosos, eles negavam o acesso dos crentes ao templo. Verificou-se até violência física. Uma irmã foi arrancada da porta da igrejas por esses ativistas. A polícia limitou-se a assistir aqueles atos de vandalismo. Os baderneiros arrancaram a bandeira da igreja para hastear a dos homossexuais. Crianças foram molestadas e destratadas. Obscenidades, proferidas.
Quando o culto teve início, gays furiosos começaram a esmurrar as portas do santuário, convidavam os fiéis a orgias sexuais. Enquanto os crentes cantavam, aqueles vândalos atiravam ovos e pedras nas janelas. O pastor foi atingido pelos estilhaços, e precisou de escolta policial para deixar a igreja.
Era como estar em Sodoma e Gomorra.
Mas isto aconteceu na América. Continuarão tais agressões contra a igreja? E se outras minorias resolverem agir de igual modo? Já é a perseguição dos últimos dias?
Uma coisa está clara. Jesus avisou-nos de que isto aconteceria antes de sua vinda: “Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as gentes por causa do meu nome” (Mt 24.9).
Antes de sua crucificação, Jesus já nos havia advertido: “Se o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, me aborreceu a mim. Se vós fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece” (Jo 15.18,19). O apóstolo Paulo fez igual advertência: “Sabe porém isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos… E também, todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2 Tm 3.1,12). A linha foi traçada na areia. Os lados escolhidos. E a guerra declarada. O inferno está em guerra contra o céu.
Esmirna, a segunda igreja a receber a carta de Cristo, sabia disto. Ela representa os cristãos perseguidos em todos os tempos e cenários culturais.
Façamos uma viagem à velha Esmirna.
O Cenário
Esmirna era a mais bela cidade da Ásia Menor. Era a coroa do continente. Próspero centro portuária, possuía um pitoresco cenário natural. Fazia fronteira com o Mar Egeu, sendo ladeada por uma montanha circular chamada Pagos. A bela montanha era contornada pela Rua do Ouro. Nela, haviam templos pagãos e edifícios públicos que lhe davam a aparência de uma coroa. As ruas bem pavimentadas e delineadas por arvoredos, acentuavam-lhe a beleza. Seus prédios eram conhecidos como a coroa de Esmirna; assemelhavam-se a um colar de diamantes.
Séculos antes, Alexandre, o Grande, determinara fazer de Esmirna a cidade-modelo da Grécia. Sua vida cultural florescia. As artes, educação, filosofia e ciência. Tudo florescia. Ela ostentava magnífica biblioteca e um monumento ao seu mais ilustre filho - Homero. Aqui, achava-se também o maior teatro da Asia. Seu orgulho e beleza estavam gravados em suas moedas.
Localizada a 40 milhas ao norte de Éfeso, possuía um porto natural onde frotas inteiras abrigavam-se de ataques e tormentas. Ela ocupava o segundo lugar nas exportações, sendo superada somente por Efeso. Era o grande e florescente centro do comércio internacional. Esmirna tinha fortes laços com Roma. Quando seis cidades competiam pelo privilégio de construir um monumento à capital do império, foi Esmirna a escolhida. Sua fidelidade a César era indiscutível.
Conseqüentemente, era um próspero centro do culto ao imperador. Naqueles dias, César era como um Deus para o povo. A sua imagem, esculpida em mármore, eram queimados incensos.
Todos eram convocados, anualmente, a jurar fidelidade ao imperador. O que se recusasse a fazê-lo, era preso e executado ao fio da espada. Esmirna era o berço do paganismo.
Cibele, Apolo, Asclépio, Afrodite e Zeus. Todos os deuses eram abertamente adorados em Esmirna. Mas, nesta perversa cidade, havia um pequeno rebanho de Cristo. Arrancados a esse sistema diabólico, fizeram-se Igreja de Deus. Em Esmirna não era fácil ser cristão. Muitos eram perseguidos e mortos por sua fé. Ser chamado de cristão, aqui, era sobremodo perigoso.
Esmirna significa myrh - fragrância usada para se fabricar perfume. Quando esmagada, a casca da myrh exala doce aroma. Esta é a precisa descrição da igreja. Quanto mais esmagada pelo mundo em virtude de sua fé em Cristo, mais o aroma de seu testemunho exala. Diante da oposição, a fragrância daquela igreja espalhara-se por toda a Asia Menor. Se Éfeso era como São Paulo - líder no comércio e na indústria, Esmirna era como o Rio de Janeiro - um centro cultural de primeira grandeza.
O Remetente
Jesus identifica-se a esta perseguida e atribulada igreja de maneira dramática. Encoraja-a; enaltece-lhe o espírito. E ao anjo da igreja que está em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto, e reviveu… (Ap 2.8).
Aquele que É Eterno
Jesus é o primeiro e o último. Este título lhe declara a eternidade. Antes que o tempo existisse, Jesus já existia. E Ele existirá depois que todas as coisas se findarem. Da eternidade a eternidade, Ele é. Nada pode limitá-lo. Ela revela sua natureza a Esmirna para que esta, em meio ao sofrimento, tenha uma perspectiva eterna. Em meio às lutas, lembremo-nos de que Jesus já existia antes do tempo. O que aqui sofremos é insignificante se comparado à glória eterna que nos aguarda.
Aquele que Vive
Jesus é aquele que foi morto e reviveu. Ele transpõe a eternidade. Como Deus eterno, invadiu o tempo e a história no ventre da virgem. Tornou-se verdadeiro homem. Tomou a forma de servo e viveu a vida sem pecado. Falsamente acusado como criminoso, foi suspenso entre o céu e a terra entre dois ladrões. Mas obediente até morte, Deus o ressuscitou triunfantemente.
Sua vitória sobre a morte é também a nossa vitória. Grande encorajamento para esta igreja sofredora! Eles também sofriam injustiças de Roma. E à semelhança de Cristo, mantinham-se obedientes e fiéis até a morte. Mas a morte não pode deter os santos. Um dia, os mártires ressuscitarão triunfalmente: sua vitória é eterna.
O Pecado
Não há repreensão para Esmirna. Nenhum membro é censurado. Embora não haja igreja perfeita aos olhos de Cristo, diante de quem todas as coisas estão expostas e descobertas, Esmirna não apresenta nenhuma falha gritante. Imagine-se, agora, em Esmirna, ouvindo esta carta. No momento da repreensão, nenhuma censura. Nenhuma! Apenas favor e aprovação do Cristo.
O Sofrimento
Jesus agora conforta sua igreja. Perseguida e pura, não necessita de correção, mas de encorajamento. Diz-lhe o Senhor:
Eu sei as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico) e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás. Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados, e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida (Ap 2.9,10).
Assim Jesus inicia a sua carta: “Eu sei as tuas obras”. Sei ou conheço (oida, no grego) é o conhecimento adquirido pela própria experiência. E aprender algo através do envolvimento pessoal. E também apreciar, respeitar ou valorizar a qualidade de uma pessoa ou coisa.
Ao declarar: “Eu sei a sua tribulação”, Ele está dizendo: “Sei exatamente o que está se passando. Já passei por isto. Sei como se sente. Sei como é ser falsamente acusado, molestado e cuspido. Sei o que é ser açoitado, escarnecido e morrer de maneira injusta. Sei o que está sofrendo, e valorizo grandemente a sua lealdade”.
Jesus fala sobre cinco diferentes níveis de perseguições sofridas por Esmirna: governamental, econômica, física, religiosa e satânica.
Perseguição Governamental
Esmirna sofria sob a tirania de Roma. Mais adiante, Jesus identifica tal tribulação como prisão ou encarceramento. A palavra tribulação (thlipsin, no grego) é muito radical. Literalmente, significa esmagar um objeto, comprimindo-o. Descreve a vítima sendo esmagada, e seu sangue, extraído. Descreve pessoas esmagadas até a morte por uma enorme pedra. Também descreve a dor duma mulher ao dar filhos à luz.
Em Esmirna, os crentes eram dolorosamente esmagados sob as rígidas cláusulas da lei romana. Eram arrancados de suas casas, capturados nas feiras livres e levados cativos. César jogava toda a força de seu poderoso império sobre esta pequena igreja. E muitos desses santos já haviam selado seus testemunhos com o próprio sangue.
Quando a igreja foi fundada em Jerusalém, era Israel quem lhe avultava como ameaça, e não Roma. Além do mais, vigorava naqueles dias a paz romana, obrigando todas as possessões imperiais a observarem rigoroso ordenamento.
Embora cada país conquistado pudesse conservar seus próprios líderes e costumes, tinha de prestar cega obediência ao imperador. Aparentemente nada havia mudado. O povo ainda gozava certas liberdades políticas, religiosas e culturais, mas lá estava o Império Romano pronto a reprimir qualquer indisciplina.
Mas tudo mudou repentinamente. Em 67 d.C., um louco chamado Nero subiu ao trono de Roma. Temendo perder o trono, Ele matou suas três primeiras esposas e a própria mãe. Sob sua insanidade, as chamas da perseguição foram inflamadas contra a igreja. Nero culpou os cristãos por muitos de seus erros políticos. Foi esta a perseguição mencionada nas duas epístolas de Pedro.
Mas Nero morreu cedo, proporcionando momentâneo refrigério à igreja. Em 81 d.C., porém, outro insano assume o poder. Domiciano era mais cruel que Nero. E logo uma segunda onda de perseguição levanta-se contra os cristãos. Esta é a perseguição a que Jesus se refere na carta a Esmirna.
Ao expandir-se, Roma conquistou muitos territórios e países, gerando grande diversidade de línguas e culturas no império. Como unificar tantas diversificações? Como consolidar tantos movimentos nacionalistas? Alguns destes, contra Roma. A adoração ao imperador foi a resposta. Uniria o império, pois obrigaria cada cidadão romano a prestar, uma vez por ano, pública lealdade diante do busto de César. Para a grande maioria dos cidadãos romanos, isto não era problema. Afinal, já adoravam a vários deuses. O que era mais um deus? Mas para os cristãos, adorar a César era uma traição ao Rei dos reis. Não podiam assentir nesta idolatria. Ao invés de declarar: “César é Senhor”, os primeiros cristãos bravamente confessavam: “Cristo é Senhor! Como resultado, passou a igreja a sofrer dolorosamente.
O historiador H. B. Workman: “Tornar-se cristão significa grande renúncia. Aquele que seguir a Cristo tem de contabilizar o custo, e estar preparado para pagá-lo com a própria vida. A declaração do nome de Cristo já era um crime, O nome significava tortura e ser lançado às feras. No caso das donzelas, a infâmia era pior que a morte”.
A perseguição governamental não cessou. Estamos perdendo a liberdade religiosa. Nossa liberdade espiritual vem sendo diariamente fraudada.
No Alasca, em 1987, alguns estudantes foram advertidos a não usar a palavra Christmas (Natal), por conter ela o nome de Cristo. Nem nos cadernos, podia a palavra ser encontrada. Tampouco estavam autorizados a enviar cartões de Natal a seus colegas de escola.Um casal da igreja que recentemente pastoreei, foi a Rússia ensinar táticas bíblicas aos professores de escolas públicas daquele país. Achei isto maravilhoso. Eles tiveram de viajar meio mundo para partilhar valores cristãos, o que não puderam fazer em Little Rock, Arkansas. Quanto tempo ainda falta antes que enfrentemos o tipo de perseguição a que eram submetidos os cristãos do primeiro século?
Perseguição Econômica
Houve também perseguição econômica contra a igreja em Esmirna. Foi Jesus quem o revelou: “Eu sei a tua tribulação e pobreza” (Ap 2.9). A palavra pobreza (ptocheian, no grego) denota alguém tão desprovido de bens, que nada chega a possuir. Ele não está apto a ganhar nem mesmo ninharias; acha-se à mercê da caridade humana.
Assim, Esmirna. Tão pobre que não podia fazer o mínimo orçamento. Não tinham nada. O motivo? Os teólogos da prosperidade responderiam: “Esmirna estava fora da vontade de Deus. Tudo o que tinham a fazer era decretar a bênção. Estavam vivendo indignamente. Deus os queria ricos.”
Mas, deveriam eles ser repreendidos por sua pobreza? Não! Eram pobres porque
estavam na vontade de Deus. Prosperidade financeira não é a vontade de Deus para todos. Por isto é difícil ser cristão. Pode custar até mesmo a prosperidade financeira.
Não se esqueça de que Esmirna era uma das mais prósperas cidades daqueles dias. Não havia baixas no mercado, nem recessão. Os negócios cresciam. Lá, qualquer pessoa podia prosperar. Mas os homens de negócios cristãos eram despedidos de seus empregos. Suas lojas, violadas e saqueadas; seus pertences, roubados. Tudo porque confessavam que Jesus Cristo é Senhor, e não César.
A analogia mais próxima que temos é a grande perseguição dos judeus na Alemanha nazista. Suas viagens eram restritas. Suas lojas, vandalizadas. Seus locais de adoração, maculados; e suas propriedades, confiscadas. Eram humilhados, estigmatizados, caluniados, molestados e agredidos fisicamente. Privavam- nos do básico para o dia-a-dia. Tudo isto por sua identidade religiosa.
A mesma pressão econômica começa a atingir os cristãos na América e em outros países ocidentais. O preço para se fazer negócios como cristão aumenta consideravelmente. Enquanto escrevia este capítulo, recebi o telefonema de dois homens de negócios de nossa igreja. Dois homens respeitados e que ocupam posições proeminentes em companhias importantes
O primeiro contou que seria forçado a demitir-se devido a sua fé em Cristo. O dono da companhia, questionando-lhe a lealdade, perguntou-lhe: “Sua igreja é mais importante que este negócio? Sua fé é mais importante que sua carreira? Se assim for, está no lugar errado”.
O segundo relatou algo similar. Como chefe de operações de uma corporação em Little Rock, enviou cartões de Natal a seus clientes. Os cartões continham o nome de Cristo ao lado do da companhia. Com isto, os ímpios ficaram ofendidos: “Levaremos o problema aos diretores da empresa. Estamos ofendidos por você nos haver enviado o cartão com o nome de Cristo. Isto custará o seu emprego!” Ambos os incidentes ocorreram em Little Rock, Arkansas, mas logo estará se repetindo em sua cidade.
Perseguição Religiosa
Jesus identifica outro nível de perseguição - a religiosa: “Eu sei… a blasfêmia dos que se dizem judeus e não o são, mas são a sinagoga de Satanás” (Ap 2.9).
O nó continua apertando. Em Esmirna, havia uma grande comunidade judaica que hostilizava fanaticamente o cristianismo. Tal fúria já fora demonstrada no apedrejamento de Estêvão em Jerusalém (At 7). Cheios de ódio, os judeus tramavam agora contra os nascidos de novo. Não satisfeitos, também blasfemavam contra os crentes.
Eles acusavam os cristãos de comerem carne humana, numa referência à Santa Ceia. Acusavam-nos ainda de perversões sexuais por causa do ósculo santo e da ênfase que estes davam ao amor fraternal. Conseqüentemente eram acusados de incesto e orgias sexuais. A Igreja, segundo eles, era ateísta por não adorar a César. Era politicamente infiel. E por requerer absoluta fidelidade a Cristo, era acusada de separar famílias. Mas estes acusadores eram a sinagoga de Satanás, instrumentos do demônio. Usados pelo inferno, faziam oposição ao povo e ao plano de Deus. Da mesma forma, a igreja hoje pode esperar semelhante perseguição, não somente do governo, mas também dos cristãos apóstatas que não passam de sinagogas de Satanás.
O diabo também vai à igreja. Ele diz: “Tenho alguns pregadores, quero ouvi-los falar. Tenho alguns corais, quero ouvi-los cantar. Tenho alguns discípulos com os quais quero compartilhar meus planos”. Há igrejas que não passam de redutos de Satanás. Não pregam o verdadeiro Evangelho. Negam a Escritura, menosprezam a ressurreição de Jesus Cristo. Promovem a licenciosidade. Abandonando a Palavra de Deus, ordenam homossexuais ao ministério cristão. Permitem todo tipo de perversão. Estas sinagogas de Satanás perseguirão em breve a verdadeira Igreja de Deus.
Perseguição Física
Jesus também alertou quando à perseguição que Esmirna haveria de sofrer:
Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados, e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel ate’ a morte, e dar-te-ei a coroa da vida (Ap 2.10).
A questão não era se iriam sofrer. Mas quando e o quanto? Jesus garantiu que mais sofrimento estava por vir. Ele não oferece livramento, mas avisa que o diabo lançaria alguns na prisão. As prisões romanas eram lugares horríveis. Ninguém queria ser lançado nelas. Os presos ou eram mortos pelas autoridades penitenciárias, ou torturados e arremessados às ruas. Ninguém durava muito tempo numa prisão romana.
O governo era muito ocupado para pajear criminosos; nada queria gastar com a sua alimentação. Caso o prisioneiro fosse cristão, a situação piorava. Era morto, ou surrado e atirados à rua.
Esmirna sofreu fisicamente! Os oficiais romanos invadiam as casas, e prendiam os crentes diante do olhar aflito de seus familiares. Arrastavam-nos às prisões, fazendo deles público exemplo. Não dissera Jesus que teriam tribulação de dez dias? Alguns eruditos têm especulado sobre estes dez dias. Simbolizam dez perseguições gerais? Ou dez estágios na história da igreja? Para mim, tratam-se de dez dias literais. Afinal, ninguém conseguia permanecer por muito tempo nas celas romanas. Dez dias pareciam dez anos.
Misericordiosamente, o Senhor estabelece limites para nosso sofrimento. A prova não vai além do que podemos suportar. Se o Senhor diz dez dias, não há forças na terra capaz de prolongar-nos o sofrimento. Para os cristãos de Esmirna, Jesus recomenda: “Sê fiel até a morte”. Alguns deles pagariam com a vida o preço de seguir a Cristo. Mesmo em face ao martírio, Jesus é taxativo: “Sê fiel até a morte”.
Se os oficiais romanos viessem até você, e o intimassem: “César ou Cristo?”. Você ficaria com Jesus? A resposta tem de ser sim. Deus nos dará graça para fazer tal confissão. Enquanto isto, permaneçamos fiéis a Ele.
Perseguição Satânica
Finalmente, Jesus dissera que Esmirna enfrentaria perseguição do próprio diabo. Como aqueles cristãos viviam para Cristo, seriam atacados pela sinagoga de Satanás. Estariam em guerra contra o próprio inferno. Decididamente, não lutavam contra a carne, e sim contra os principados, potestades, príncipes das trevas e hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais (Ef 6.11,12). Por trás de toda perseguição, acha-se o próprio Satanás. Por trás do imperador romano, o demônio, que despejava sua fúria contra os crentes. Muitos cristãos foram presos, e outros, condenados à morte.
Estes crentes sofreram, simultaneamente, de cinco maneiras diferentes. Foram atacados política, econômica, religiosa, física e satanicamente. Afinal, como escreve Paulo “todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus, padecerão perseguições” (2 Tm 3.12). Não se engane! Custa caro ser cristão. Nalguns lugares, mais que em outros. Com as pressões do final dos tempos, a perseguição contra a igreja crescerá ainda mais. Por todo o mundo, igrejas e indivíduos serão convocados a sofrer mais que nunca.
Não há repreensão para Esmirna. A outra exceção foi Filadélfia, que também sofria perseguição. A lição é muito clara: a perseguição purifica a igreja! Se o mundo o perseguisse, você jamais amaria as coisas que ele oferece. Caso contrário: haveria de se contaminar com o mundo. Se você fosse trancado numa masmorra romana, você deixaria seu primeiro amor? Provavelmente não. Negligenciaria a oração diante da morte? Não!
Se o mundo o atacasse, você teria problemas em amar outros crentes? Ficaria grato diante da morte? Enfrentemos o fato: não manejamos bem a prosperidade. Basta ligar o rádio para ouvir pregadores da teologia da prosperidade despejando sua descontrolada luxúria. Dizem eles: “Deus fará de você um milionário se tiver fé e confiar nele!”
Todavia, a maior bênção que poderia acontecer à causa de Cristo, atualmente, seria a perseguição. Disse alguém certa vez: “O problema com os crentes de hoje é que ninguém mais quer matá-los. Tal perseguição levar-nos-ia às bases essenciais do que significa ser um genuíno seguidor de Cristo”.
Que conselho Jesus tem para a igreja sofredora? Apenas dois lembretes: “Nada temas” e “Sê fiel até a morte”. E que alguns daqueles cristãos achavam-se amedrontados e perigosamente enfraquecidos. A fórmula para não se temer ao homem é temer a Deus. Tema a Deus e não precisará temer o homem! O temor a Deus começa com a visão de Deus, cultuada com o entendimento de sua impressionante santidade. Submeta-se a sua soberania. Dobre os joelhos diante de sua justiça. Seja consumido pela grandeza divina.
Mais a frente Jesus diz: “Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida”. Ao enfrentar a morte, os crentes eram encorajados a serem fiéis. Não podiam voltar atrás e negar o nome de Cristo. Nem todos são chamados a ser um mártir. Mas todo discípulo precisa estar pronto a fazer tal sacrifício.
Nossa voluntariedade em morrer por Cristo é a última prova de nossa lealdade a Ele. Não estamos prontos a viver até estarmos prontos a morrer. Crentes que morrem por sua fé em Cristo são recompensados. A coroa da vida os espera. Esta coroa (stephanos, no grego) é o galardão da vitória que recebiam os atletas vencedores. Sua lealdade até a morte trar-lhe-á esta coroa. Eis aqui forte motivação para se permanecer fiel a Cristo. Uma coroa especial está a espera de todo aquele que pagar o último preço por seguir a Cristo. É isto que Deus pede que façamos: “Não temas” e “Sê fiel”.
O Alerta
Apesar da violenta perseguição, os vencedores obterão grande vitória sobre o mundo. Jesus conclui com um alerta para se ouvir e considerar esta mensagem
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas (Ap 2.11a).
Todo ouvido precisa estar alerta ao que Jesus diz. São palavras fortes que precisam ser obedecidas. Preste bastante atenção. Guarde bem estas verdades. Mathew Henry escreve: “A evidência clara de nosso amor por Cristo é a obediência às suas leis… o amor é a raiz, e a obediência, o fruto”.
Conta-se que Henrique III, que reinou no século XI, cresceu enfadado da vida da corte e das pressões oriundas da realeza. Por isto, pediu a um monastério que o acolhesse a uma vida de reflexão. Mas o superior do monastério, frei Richard, fez-lhe a seguinte ponderação: “Majestade, estás ciente de que a regra aqui é a obediência? Isto será difícil para um rei”. Henrique III respondeu: “Estou ciente. Pelo resto de minha vida ser-te-ei obediente, já que Cristo é o teu Senhor”.
“Então direi o que deves fazer, volveu-lhe o frei Richard: Volta para o seu trono, e serve fielmente no lugar onde Deus te colocou”. Quando Henrique III morreu, alguém disse: “O rei aprendeu a reinar sendo obediente”.
Também precisamos ser obedientes ao que o Espírito manda que façamos. Seja você contador, professor, mãe ou pai; sirva a Deus onde Ele o colocou.
A Promessa
Para o que ouve e obedece ao que o Espírito diz, Jesus faz esta promessa estarrecedora:
“O que vencer não receberá o dano da segunda morte” (Ap 2.11b).
Todos os verdadeiros cristãos são vencedores (l Jo 5.5). E estes não serão danificados pela segunda morte.
A primeira morte é física; é a separação da alma do corpo. A segunda é espiritual; é a separação da alma da vida eterna. A morte espiritual resulta em eterno tormento no lago de fogo. E a punição eterna (Ap 20.10).
Os verdadeiros cristãos jamais experimentarão a segunda morte. Dizem que, ou nascemos uma vez e morremos duas, ou nascemos duas e morremos uma vez. Mas os cristãos enfrentam a primeira morte sem medo. A segunda não tem poder sobre nós. Podemos visualizar a morte física sem nada temer - mesmo enquanto somos torturados por amor a Cristo - sabendo que ela levar-nos-á mais rapidamente à presença de Deus.
A mensagem à Esmirna é um alerta para que sejamos completamente dedicados a Jesus Cristo, mesmo enfrentando a perseguição e a luta. Enquanto o mundo torna-se escuro, a Igreja há de brilhar. Agora é o tempo de se levantar por Jesus Cristo. Custe o que custar! Destaquemos um homem para enfatizarmos esta verdade. No segundo século, achava-se no pastorado de Esmirna um homem chamado Policarpo que, conforme a história, chegara a conhecer pessoalmente ao apóstolo João, de quem ouviu estas palavras: “Sê fiel até a morte”.
Em 155 d.C., Policarpo foi chamado à presença do procônsul em Esmirna. Este ordenou-lhe, então, que renunciasse a Cristo, e declarasse fidelidade a César. Policarpo respondeu: “Tenho servido ao Senhor Jesus por 86 anos. Ele tem sido fiel a mim. Como posso ser infiel a Ele, e blasfemar contra o nome de meu Salvador?”
O procônsul insistiu: “Jura pelo nome de César, ou te dilacera- rei e alimentarei os animais. O pastor, entretanto, encontrava-se sereno: “Então entrega-me aos animais. Tu não podes mudar-me o coração. Declaro que sou cristão até a morte. Enfurecido, o procônsul condenou o bispo Policarpo sob a alegação de haver este cometido grande traição contra Roma.
Na arena de Esmirna, a multidão achava-se sedenta de sangue. O anticristianismo havia envenenado a cidade. Policarpo foi entregue a turba enfurecida que, não satisfeita, buscava fixá-lo com pregos à pira de madeira. O santo homem não se importa: “Deixai os pregos.
Aquele que me dá forças para suportar as chamas, dar-me-á forças para não recuar do poste. Vós me tratais com o fogo que queima por pouco tempo e é rapidamente extinto. Mas não conheceis o fogo que aguarda os fracos no julgamento vindouro e a punição eterna.
O que estais esperando? Fazei o que quiserdes de mim”. Quando a madeira foi colocada ao redor de seus pés, Policarpo olhou para os céus e disse: “Senhor, Deus Todo-poderoso, Pai do amado Filho, Jesus Cristo, agradeço-te por este dia e por esta hora que me dás. Pois assim, poderei estar entre os mártires que compartilharam do cálice de Cristo. Com eles, ressuscitarei para a vida eterna!”
Ele curvou a cabeça, e disse: “Amém!”, e o fogo o consumiu.
Policarpo foi fiel até a morte. Não temeu o mundo, e sim a
Deus. E grande a sua recompensa no céu.
Que assim possa suceder com você e comigo. Quando a perseguição atingir-nos, não temamos o mundo, mas a Deus, e somente a Deus.
Custe o que custar.
FONTE - Livro:- Alerta Final – Steven J. Lawson
http://evisaiasjesus.blogspot.com.br/2012/04/carta-igreja-em-esmirna.html
http://evisaiasjesus.blogspot.com.br/2012/04/igreja-em-esmirna-vv-8-11.html
http://danielgaiamagalhaes.blogspot.com.br/2012/04/segunda-carta-igreja-de-esmirna.html